Os líderes dos serviços de informações israelenses analisam uma questão básica: o terrorismo palestino é um "poço sem fundo" ou é possível acabar com ele?
Avi Dichter, diretor do "Shabak", o serviço secreto interno de Israel, crê que o terrorismo é realmente um barril de pólvora mas não um "poço sem fundo". Em outras palavras, em sua opinião é possível acabar com o terrorismo. Mas aí surgem outras questões: quais os meios certos para combater o terrorismo? Medidas militares são suficientes para privar os terroristas de sua base de ação? Ou é preciso tomar medidas políticas com maior determinação?
Terroristas são como cogumelos depois da chuva: sempre surgem novos.
Essa discussão foi desencadeada por Dichter durante seu discurso diante da Comissão Para a Segurança e Assuntos Exteriores. Ele havia apresentado dados impressionantes mostrando a redução de atos terroristas e concluiu que a atual prática de combate ao terrorismo está produzindo frutos. Conforme estatísticas do "Shabak", cerca de 5.940 terroristas foram, de alguma forma, tirados de circulação desde abril de 2000. Desse total, 912 foram mortos enquanto os outros foram presos, entre eles 644 potenciais homens-bomba. O número de feridos e mortos através de atentados terroristas também caiu consideravelmente. Portanto, conforme Dichter, Israel estaria perto de solucionar o problema. Em sua opinião, o terrorismo não será eliminado apenas em pontos específicos mas erradicado completamente.
Essas conclusões de Dichter não são aceitas por unanimidade entre os notáveis dos serviços de informações israelenses, como, por exemplo, o chefe do Departamento de Informações do Exército israelense, general Ze’ev Farkash. Poucas semanas depois das afirmações de Dichter, ele declarou diante da mesma comissão: "O que meu colega definiu como poço com fundo é, na realidade, um poço sem fundo, pois o terrorismo não termina nunca. Certamente estamos tendo vitórias em certas áreas, mas terroristas são como cogumelos depois da chuva: sempre surgem novos. É ilusão pensar que o terrorismo pode ser erradicado. O combate a ele é uma guerra de longa duração, que não poderá ser conduzida até o final de maneira rápida nem com meios meramente militares".
Não apenas o serviço de informações do Exército israelense, mas todo o Estado-Maior, está convicto de que a motivação básica dos palestinos em relação ao terrorismo não se modificou apesar das prisões, das eliminações seletivas e de muitas outras medidas repressivas. Por isso, os militares também não estão convencidos de que a retirada da Faixa de Gaza reduziria os ataques terroristas. Segundo sua opinião, após uma medida dessas as ações terroristas palestinas aumentarão drasticamente.
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